A anemia ocorre quando há falta de células do sangue (hemácias). No paciente oncológico, a condição é muito comum, especialmente naquele que está em tratamento. A anemia traz uma série de efeitos adversos ao enfermo, sendo os mais comuns a fadiga, perda de memória e de força muscular.
Outro ponto importante de se ressaltar é que o principal papel do sangue no organismo é levar oxigênio para os nossos tecidos e a anemia diminui essa capacidade. Por isso, em alguns momentos, é necessário pausar o tratamento oncológico para que haja uma recuperação dos estoques de oxigênio.
O processo para construir uma hemácia é sempre muito ativo e demanda grandes quantidades de nutrientes. A quimioterapia, por exemplo, pode atacar esse processo e dificultar a recuperação em casos de pacientes anêmicos. Diante disso, é importante lembrar que o mecanismo para produção de hemácias – a eritropoiese - é muito rápido. Da mesma forma, a anemia durante o tratamento oncológico também pode evoluir de forma acelerada, sendo necessário realizar mais do que um aporte nutricional adequado. Em casos assim, pode ser feito o uso de medicamentos para estimular a produção de hemácias ou até mesmo uma transfusão de sangue para reverter o caso.
De onde vem a anemia em pacientes oncológicos?
Algumas causas principais de anemia no paciente com câncer são:
- O próprio tratamento
- O câncer em si
- O baixo consumo de alimentos fonte de minerais e vitaminas importantes para a produção de hemoglobina
Há outros fatores que também precisam ser avaliados ao se falar sobre anemia, como a perda de sangue recente (devido a uma cirurgia, por exemplo) ou a alteração na absorção de nutrientes. Além disso, alguns medicamentos, como os inibidores de bomba de próton (ex.: omeprazol), muito usados durante o tratamento, podem diminuir a absorção da vitamina B12, essencial para formar uma hemácia saudável.
Agravamento do quadro
O sobrepeso e a obesidade também podem causar ou agravar um quadro de anemia e um dos motivos para isso é a inflamação crônica que essa condição causa. Assim, quando temos um padrão alimentar muito pobre em vitaminas e minerais, podemos notar deficiências em micronutrientes essenciais para produção de uma hemácia antes do início do tratamento em si.
Além de um bom estado nutricional e de uma adequação de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) são necessários, também, vários outros nutrientes, tais como: ferro, vitamina B12, ácido fólico, magnésio, selênio, cobre, zinco, vitamina A, vitamina C, vitamina E e vitaminas do complexo B.
Tratamento
O tratamento da anemia no paciente oncológico vai depender da gravidade da condição e de seu tipo. Balancear o plano alimentar em macro e micronutrientes pode ser suficiente para tratar. Porém, em alguns momentos, há necessidade de se suplementar nutrientes mediante avaliação bioquímica ou no recordatório alimentar. É preciso, ainda, cuidar da saúde hepática e intestinal do paciente. Isso porque são necessários vários tecidos para a produção correta de sangue, entre eles fígado, rins, medula óssea e intestino (que garante a absorção de nutrientes).
Vale ressaltar que a anemia é uma condição que merece atenção e deve ser tratada de forma multidisciplinar!
Observação: Não utilize nenhum tipo de auto suplementação. Procure um profissional de saúde para te auxiliar no tratamento de anemia.
Referências:
Bryer E e Henry D. International Journal of Clinical Transfusion Medicine. 2018
Aapro M et al. Annals of Oncology 2018
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