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Efeitos colaterais tardios do tratamento oncológico


Durante cada tipo de tratamento oncológico, conseguimos compreender os efeitos colaterais agudos, como náusea, vômito, diarreia, constipação, falta de apetite etc., que muitas vezes ao terminar o tratamento, também são resolvidos.


Infelizmente, ainda conseguimos observar alguns efeitos colaterais que prejudicam a vida do paciente mesmo após o sucesso do tratamento. Alguns desses efeitos colaterais podem ter sua intensidade diminuída durante o próprio tratamento, enquanto outros necessitam de um acompanhamento por alguns anos após o término.

Podemos considerar esses os efeitos tardios mais comuns nesses pacientes:


Osteopenia / Osteoporose

Algumas quimioterapias, hormonioterapias e radiações em osso ou em locais próximo a grandes ossos podem causar, durante o tratamento, uma perda de densidade mineral óssea. Isso pode ser agravado com uma diminuição na ingestão necessária de nutrientes que são associados a uma boa saúde óssea como cálcio, vitamina D, vitamina K e magnésio. Esses efeitos podem perdurar por muito tempo agravando este quadro. Assim, é indicado que nas terapias em que haja possível perda de matriz óssea, um dos focos da conduta seja a saúde óssea.


Cardiotoxicidade

As complicações tardias mais comuns nos pacientes oncológicos são: hipertensão, arritmia, insuficiência cardíaca e doença coronariana. Elas ocorrem com o uso de alguns tipos de quimioterápicos, imunoterápicos e em radioterapias em locais perto do coração. Elas podem se desenvolver em até 20 anos depois do tratamento e muitas vezes estão associadas a maior produção de espécies reativas de oxigênio no coração. Durante e após o tratamento é indicado ter uma alimentação rica em compostos bioativos e manter um peso saudável, além de evitar alimentos ultraprocessados.


Ganho do peso

O ganho de peso durante ou após o tratamento pode ser considerado comum em alguns pacientes – como aqueles com câncer de mama e tumores hematológicos. O ganho de peso é associado a complicações metabólicas que dificultam a perda. Assim, é necessário que haja uma intervenção multidisciplinar o quanto antes para ajuste de parâmetros metabólitos que irão promover a perda de peso e mitigar as complicações do sobrepeso e excesso de peso.


Fadiga

A fadiga é um dos sintomas relatados mais comuns entre os pacientes durante o tratamento. Entretanto, ela também se torna comum após a finalização do tratamento, atrapalhando a qualidade de vida e o retorno às atividades normais. É recomendado um aporte nutricional adequado, sendo investigado possíveis deficiências de macro e micronutriente. Além disso, é recomendada uma alimentação com foco em alimentos anti-inflamatórios.


Alterações na saúde mental

Alterações na saúde mental podem ocorrer em até 10 anos após a finalização do tratamento. Sintomas como depressão, ansiedade e insônia são os mais comuns. Nestes casos, é muito importante o acompanhamento multidisciplinar junto com psicólogo e psiquiatra, mas há muito que a nutrição pode fazer. Uma alimentação voltada para o relaxamento, promoção da qualidade do sono e diminuição dos sintomas de depressão, pode auxiliar na resolução desses sintomas. Podemos contar, principalmente, com alimentos como o kiwi, cereja, banana, leguminosas, aveia e o EPA e DHA.



Referências:

Joly et al. Cancers 2019

Gegechkori et al. Med Clin N Am 2017

Kwekkeboom et al. Journal of Pain and Sympton Management 2018

Zhao et al. Mediators of Inflamation 2020

St-Onge et al. Advances in Nutrition 2016

Vance et al. Obes Rev 2011


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