O câncer é uma doença multifatorial, o que torna a explicação da sua etiologia complexa. Podemos explicar os casos de câncer com uma interação entre fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Quase um terço dos casos de câncer no mundo poderiam ser prevenidos por meio de atenção à fatores de risco modificáveis. Estes abrangem questões de saúde pública e estilo de vida.
No Brasil, observamos, de acordo com as estimativas de incidência de câncer liberadas pelo INCA, uma mudança no padrão dos sítios de câncer da nossa população. Está havendo uma transição para tipos de cânceres mais relacionados com fatores de risco ambientais – um exemplo disso é o câncer colorretal ter sido colocado como o 2º mais incidente (ou seja, novos casos) em ambos os sexos.
É importante entendermos como população o que pode estar gerando esses casos de câncer evitáveis, a fim de criarmos políticas públicas para podermos diminuir essa incidência. Em uma pesquisa realizada aqui no Brasil, descobrimos que a nossa população possui fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento de um câncer.
Saiba mais:
Os fatores de proteção na nossa sociedade foram associados a mulheres com escolaridade alta e que viviam em capitais brasileiras mais desenvolvidas. Já o padrão de risco associado a uma alimentação não saudável e a fatores de risco para o câncer, foi observado em homens jovens com um menor nível de escolarização.
É de extrema relevância conseguirmos identificar no nosso país quais são realmente as questões que envolvem os riscos e os fatores de proteção e quem são essas pessoas, a fim de criarmos ações específicas para prevenção para cada segmento. Estimular e ensinar o consumo de uma alimentação saudável desde uma idade jovem para a população é relevante para que, no futuro, possamos estar em um país com maior segurança alimentar e menos casos de câncer. Referências: Sales et al. Nutrition and Cancer 2020
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