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Tipos de câncer de mama e tratamentos

Atualizado: 20 de out. de 2020


Durante o Outubro Rosa estamos realizando um grupo de estudos com foco em Nutrição e Câncer de Mama. Toda semana iremos colocar no blog um resumo do tema abordado na no grupo e a referência dos artigos utilizados na discussão.

O primeiro tema que tratamos foi “tipos de câncer de mama e seus tratamentos”. O câncer de mama é o mais incidente na população feminina no mundo e no Brasil. O INCA estima que teremos aproximadamente 60.000 novos casos de câncer por ano, entre 2020-2022. Além de ser um dos cânceres mais incidentes é um dos com maior mortalidade para as mulheres. Dessa forma, como profissional da saúde, é necessário termos uma compreensão maior sobre essa doença.

Ao nos referirmos ao câncer de mama, estamos falando de um grupo de neoplasia com diversos tipos de tratamento. De forma mais comum, subdividimos os tipos de câncer de mama em três categorias baseados nos marcadores presentes na superfície da célula tumoral.


São eles:

Luminal: Receptor de estrogênio e progesterona positivo

HER2: Superexpressão de HER2 (receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2)

Triplo negativo: Ausência de expressão de receptor de estrogênio, progesterona e HER2.

Para cada um desses tumores há esquemas de tratamento individuais, mas podemos dividir esses tratamentos em: cirurgia, radioterapia e tratamento sistêmico.

A cirurgia é realizada com intuito de remover a massa tumoral da mama, sendo mais ou menos conservadora dependendo do tipo de tamanho tumoral. Já a radioterapia é um feixe de raio ionizante aplicado no local do tumor com o intuito de diminuir a recidiva. Por fim, o tratamento sistêmico pode ser dividido em quimioterapia clássica, anticorpo monoclonal, inibidores de tirosina quinase, imunoterapia e hormonioterapia (essa última sendo utilizada somente em pacientes que possuem receptores de estrogênio e/ou progesterona positivos).

Vale ressaltar que esses tratamentos têm em comum efeitos colaterais como diminuição na densidade óssea e cardiotoxicidade.

Mas, por que o nutricionista precisa estudar a fundo os tipos de câncer de mama e os tratamentos?

Hoje sabemos que cada subtipo de câncer de mama responde melhor a uma forma de dietoterapia e isso está muito relacionado aos marcadores expressos na membrana celular e as suas interações com vias metabólicas. Ao conhecer as alterações genéticas que o câncer sofre, conseguimos, por meio da alimentação, deixá-lo mais vulnerável e ao mesmo tempo conseguimos fortalecer o indivíduo para uma melhor resposta ao tratamento.

Cada modalidade de tratamento requer alterações na conduta nutricional. As necessidades nutricionais de uma paciente submetida a cirurgia são diferentes de uma outra submetida à um tratamento sistêmico. Na vigência de tratamentos como a imunoterapia, o manejo da microbiota é essencial para melhor resposta ao tratamento, assim como a proteção cardiovascular em pacientes submetidas a radioterapia.

Entender o processo de tratamento de cada tipo de câncer de mama proporciona para o nutricionista a capacidade de possuir um olhar holístico para o quadro da paciente, antecipar efeitos colaterais e amenizar os sintomas. Por isso, antes de entender a dietoterapia desta paciente é necessário compreender o tipo de doença e os tratamentos disponíveis.


Referência:

Harbeck & Gnant -Brast Cancer - Lancet, 2017

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