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Transplante de medula óssea e nutrição



O transplante de medula óssea, hoje conhecido como transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH), é uma modalidade de tratamento antineoplásico usado em casos de tumores hematológicos.


Esse tipo de tumor pode ocorrer em todas as idades, sendo mais comum na infância e na vida adulta e havendo alguns casos em idosos. Para haver o transplante, é necessário que haja uma aplasia da medula, ou seja, o paciente precisa estar sem nenhum tipo de imunidade antes do procedimento.


Assim, o papel da alimentação é essencial para uma melhor resposta ao tratamento, evitando possíveis complicações como infecções e alterações muito bruscas no peso, além de diminuir potenciais complicações a longo prazo.

Neste momento, é necessário cuidar muito bem da segurança alimentar do paciente. Isso significa higienizar de forma correta todos os alimentos e utensílios de cozinha, não consumir alimentos crus fora de casa e não consumir alimentos fora do prazo de validade ou com alteração em cheiro e coloração. Em alguns casos, é necessário consumir uma alimentação chamada de “germ-free” e nela é recomendado o uso de todos os alimentos cozidos.


Além disso, neste ano, uma publicação do New England Journal of Medicine apresentou que pacientes submetidos ao transplante de medula óssea, que possuíam microbiota com maior diversidade de sua população, tinha um resultado melhor. Como esses pacientes possuem um uso prolongado de medicamentos que alteram a microbiota, criar estratégias que melhoram a sua preservação e mantêm a sua diversidade é muito importante. Ainda é necessário aumentar o consumo de fibras e alimentos fontes de compostos bioativos como frutas e hortaliças.


Outra demanda relacionada a esse paciente é a grande variação de peso que pode ocorrer ao longo do tratamento. No preparo para o procedimento, muitas vezes há ganho de peso relacionado com o uso de medicamento corticoide. Após o procedimento, devido aos efeitos colaterais, pode haver uma perda de peso. Essas variações são sempre acompanhadas por edemas. Dessa forma, avaliar essas alterações e sempre garantir um aporte necessário de calorias e nutrientes é necessário pelo nutricionista. Quanto mais variada a alimentação deste paciente, melhor a resposta ao tratamento.


As necessidades hídricas deste paciente também devem ser avaliadas para diminuir a sobrecarga renal e garantir o aporte de água necessária para auxiliar no trânsito intestinal.


Sempre que possível, é recomendado que o padrão alimentar destes pacientes seja anti-inflamatório, incluindo variedade de frutas e vegetais, tubérculos e fibras alimentares, e diminuindo o consumo de alimentos processados e ultra processados, que podem gerar esse tipo de resposta.


Referências

Jabbour J et al. Bone Marrow Transplantion 2018

Fuji S et al. Biol Blood Marrow Transplant 2015

Peled JU et al. NEJM 2020

Baumgartner A et al. Bone Marrow Transplantation 2017

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